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Uma leitura de Moncao,de Vimala Devi: O puzzle da identidade
Date Issued
2018
Author(s)
Coutinho, Marilia Gomes Coelho
Abstract
Propomos neste trabalho uma leitura do volume de contos Monção, de Vimala Devi, como uma representação literária compósita da realidade híbrida, complexa e contraditória de Goa, à época da sua anexação pela União Indiana e no período imediatamente anterior a ela.
Monção propõe à nossa reflexão um puzzle que temos que reconstituir, como leitores, dessa mesma realidade. Vimala expõe ao nosso juízo crítico as contradições e injustiças de uma comunidade num período de jugo colonial; mas a verdade é que na sua obra é exposta (e,como tal, denunciada) qualquer forma de opressão. através de uma atenção particular à figura evanescente, em fade out, da mulher, esmagada, silenciada, sacrificada nos altares de diversas tradições culturais. Em Vimala, é na mulher que tem que se procurar o sentido e a energia de uma vida comunitária. Os contos reunidos em Monção são também um instrumento de catarse, a memória duma mítica infância que coincide com a pátria perdida, numa evocação que tem o valor de uma prece, permitindo à autora reencontrar a voz fundadora da sua identidade. O romance de Carmo D’Souza, A Identidade Goesa de Ângela, será analisado muito brevemente apenas numa perspectiva instrumental em relação aos conceitos e à problemática em causa. Verificaremos que os autores coincidem no que sugerem como alguns dos traços fundamentais da identidade goesa, justificando ambos uma especial atenção em relação à figura feminina, na sequência do valor que nestes universos narrativos lhe é concedido.
Monção propõe à nossa reflexão um puzzle que temos que reconstituir, como leitores, dessa mesma realidade. Vimala expõe ao nosso juízo crítico as contradições e injustiças de uma comunidade num período de jugo colonial; mas a verdade é que na sua obra é exposta (e,como tal, denunciada) qualquer forma de opressão. através de uma atenção particular à figura evanescente, em fade out, da mulher, esmagada, silenciada, sacrificada nos altares de diversas tradições culturais. Em Vimala, é na mulher que tem que se procurar o sentido e a energia de uma vida comunitária. Os contos reunidos em Monção são também um instrumento de catarse, a memória duma mítica infância que coincide com a pátria perdida, numa evocação que tem o valor de uma prece, permitindo à autora reencontrar a voz fundadora da sua identidade. O romance de Carmo D’Souza, A Identidade Goesa de Ângela, será analisado muito brevemente apenas numa perspectiva instrumental em relação aos conceitos e à problemática em causa. Verificaremos que os autores coincidem no que sugerem como alguns dos traços fundamentais da identidade goesa, justificando ambos uma especial atenção em relação à figura feminina, na sequência do valor que nestes universos narrativos lhe é concedido.
File(s)
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Name
M-LLS 2018 COU,MAR.pdf
Size
1.16 MB
Format
Adobe PDF
Checksum
(MD5):ed407c9ff36344d029a36b46b2d0e74b